Como analiso os casos na terapia: a Tríplice Contingência

Na abordagem da Análise do Comportamento, uma das principais formas de entender o comportamento humano é por meio do que chamamos de tríplice contingência. Esse conceito é uma ferramenta essencial no meu trabalho clínico e me ajuda a compreender o que mantém certos comportamentos e o que pode ser feito para promover mudanças mais saudáveis e conscientes.

Mas afinal, o que é a tríplice contingência?

A tríplice contingência é um modelo que explica o comportamento a partir da relação entre estímulo antecedente, comportamento e consequência. De forma simples, é como se disséssemos que todo comportamento tem um “antes” e um “depois” que influenciam a sua ocorrência e repetição.

Vamos entender cada parte:

Estímulo antecedente: é o que acontece antes do comportamento. Pode ser uma situação, um pensamento, uma emoção ou até o ambiente em que a pessoa está inserida.

Comportamento: é a ação da pessoa diante daquele estímulo.

Consequência: é o que acontece depois do comportamento, e que aumenta ou diminui a chance de esse comportamento acontecer de novo.

Exemplo 1: Ansiedade social

Antecedente: A pessoa é convidada para falar em público.

Comportamento: Ela evita o convite e inventa uma desculpa para não ir.

Consequência: Ela sente alívio imediato por não se expor, o que reforça a evitação.

Nesse exemplo, o alívio da ansiedade funciona como uma consequência reforçadora, o que faz com que a pessoa continue evitando situações sociais no futuro — mesmo que isso traga sofrimento a longo prazo.

Exemplo 2: Crises de raiva em relacionamentos

Antecedente: O parceiro demora para responder uma mensagem.

Comportamento: A pessoa envia várias mensagens agressivas cobrando atenção.

Consequência: O parceiro responde tentando acalmar, cedendo.

Aqui, o comportamento agressivo pode ser mantido porque gera uma consequência imediata: a resposta do outro, que ameniza a insegurança sentida.

Por que isso importa na terapia?

Compreender a tríplice contingência de cada comportamento é fundamental para identificar padrões que causam sofrimento e pensar em formas mais eficazes e saudáveis de lidar com as situações.

Na terapia, juntos vamos investigar:

O que está por trás dos comportamentos que se repetem?

Que função eles cumprem na sua vida?

Como podemos construir novas formas de agir, sentir e se relacionar?

Ao invés de julgar o comportamento como “errado” ou “sem sentido”, buscamos entender o contexto em que ele surgiu e o que o mantém. Isso permite intervenções mais personalizadas, éticas e eficazes.

Se você quer compreender melhor seus padrões, reações e escolhas, a terapia pode ser um espaço de escuta, análise e mudança real.

Estou aqui para te acompanhar nesse processo com acolhimento, responsabilidade e técnicas.

🌻 Alexandra Roberta Strozzi | CRP 06/153401

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